A Pedra e a Batalha - da matéria à vida
Realizar uma exposição sobre a pedra do Maciço Calcário Estremenho entrou muito cedo na lista dos temas pelos quais a população da Batalha se interessou e que sugeriu para os programas de desenvolvimento e de investigação participada.
O Maciço Calcário Estremenho é impossível de ignorar. Com as suas originais e estranhas formas, nascidas do encontro entre a pedra calcária e as águas que a banham desde há milhões de anos, criou vales e elevações, grutas e rios, que têm sido aproveitados com sabedoria pelas comunidades que aqui se instalaram.
Já muito antes da construção do Mosteiro, as comunidades serranas tinham sabido encontrar variados modos de dar forma e uso as rudes pedras soltas e as formações calcárias que encontravam no Maciço. Bebedouros, muros, fontes e construções diversas são disso o testemunho.
O Mosteiro de Santa Maria da Vitória veio prestar um valor especial ao calcário do Maciço. A sua instalação no vale onde hoje se encontra a vila da Batalha deveu-se sobretudo a existência dessa pedra perto do local onde se celebraria a efeméride.
Para este projeto, como habitualmente, contamos com a ajuda das comunidades e o trabalho de investigadores e especialistas destacados em cada uma das quatro áreas que desenvolvemos.
Um agradecimento pessoal a Liliana Póvoas, Danilo Guimarães, Saul António, João Feteira, Pedro Redol, Clara Moura Soares, Luis Jordão e Ana Moderno em representação de todos quantos colaboraram…e são muitos, como poderão ver na Ficha Técnica. Os seus textos de reflexão, agora publicados, foram a base fundamental para a realização do nosso trabalho.
A pedra e a cantaria têm sido uma fonte importante de desenvolvimento para a comunidade batalhense e uma companhia sempre presente no seu dia a dia, ajudando à construção da sua história, da sua cultura e da sua atividade.
Esta exposição foi, sobretudo, uma tentativa de personalizar a própria pedra, dando-lhe vida através de quem a utiliza, e mostrando a obra que dela nasce pelas mãos da natureza, dos artistas, dos mestres canteiros que a moldam e das comunidades que com ela crescem e convivem.
Ana Mercedes Stoffel - coordenadora da exposição e museóloga
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